sexta-feira, 8 de maio de 2015

Como conquistar o mundo

        O chinês Sun Tzu faz sucesso dois mil e quinhentos anos depois de morto. Ele escreveu A Arte da Guerra, livro que deveria se chamar A Arte de Comer o Inimigo pelas Beiradas. Segundo Sun Tzu, a melhor batalha se vence sem disparar as armas, dobrando o oponente através da exibição de força e de organização. Em outras palavras, deve-se convencer o inimigo de que perderá a luta, caso ouse o enfrentamento. Esta é hoje a estratégia usada pela China em seu relacionamento com o exterior. Sua pujança e poderio inibem desafios. Tornou-se a economia da qual o mundo depende para crescer. Todos querem vender para eles. Os chineses tiram proveito da situação. Pragmatismo comercial.
          Sem disparos, também, foi a conquista dos Estados Unidos através do controle da maior arma do capitalismo: o capital. Com reservas em torno de quatro trilhões de dólares, os comunistas aterrorizam Washington quando insinuam que não mais comprarão papéis do Tesouro ianque. O dólar viraria pó, caso esse dinheiro fosse direcionado, por exemplo, para o ouro. Com tamanho trunfo na manga, Pequim adia para sempre a independência do Tibete e, aos poucos, reabocanha Taiwan. Ao mesmo tempo, adquire empresas e terra em vários países. Sem que percebamos, em muitas fábricas e fazendas no Ocidente, inclusive no Brasil, já se fala mandarim.
          Em outra estratégia de Sun Tzu, a China destrói os parques industriais de muitas nações, inundando-os com produtos baratos. Tentará ela, no futuro, quando detiver o monopólio de milhares de artigos, impor os preços que bem entender? Por que não?

          Santo de casa faz milagre, sim. Sun Tzu que o diga. Comendo pelas beiradas, ele vem ganhando a guerra para os chineses. Só com a estratégia. Sem um disparo. Por enquanto.            

2 comentários:

Terezinha disse...

Muito bom texto.
Agora, em relação à China, o trabalhador chinês é muito, muito explorado como trabalhador. é meu ponto de vista.

BlogdoLuísGiffoni disse...

Essa exploração é grande, sim, mas tem diminuído, Terezinha. Hoje há até greves por lá.