O
chinês Sun Tzu faz sucesso dois mil e quinhentos anos depois de morto. Ele
escreveu A Arte da Guerra, livro que
deveria se chamar A Arte de Comer o
Inimigo pelas Beiradas. Segundo Sun Tzu, a melhor batalha se vence sem
disparar as armas, dobrando o oponente através da exibição de força e de organização.
Em outras palavras, deve-se convencer o inimigo de que perderá a luta, caso
ouse o enfrentamento. Esta é hoje a estratégia usada pela China em seu relacionamento
com o exterior. Sua pujança e poderio inibem desafios. Tornou-se a economia da
qual o mundo depende para crescer. Todos querem vender para eles. Os chineses
tiram proveito da situação. Pragmatismo comercial.
Sem disparos, também, foi a conquista
dos Estados Unidos através do controle da maior arma do capitalismo: o capital.
Com reservas em torno de quatro trilhões de dólares, os comunistas aterrorizam
Washington quando insinuam que não mais comprarão papéis do Tesouro ianque. O
dólar viraria pó, caso esse dinheiro fosse direcionado, por exemplo, para o
ouro. Com tamanho trunfo na manga, Pequim adia para sempre a independência do
Tibete e, aos poucos, reabocanha Taiwan. Ao mesmo tempo, adquire empresas e
terra em vários países. Sem que percebamos, em muitas fábricas e fazendas no
Ocidente, inclusive no Brasil, já se fala mandarim.
Em outra estratégia de Sun Tzu, a
China destrói os parques industriais de muitas nações, inundando-os com
produtos baratos. Tentará ela, no futuro, quando detiver o monopólio de
milhares de artigos, impor os preços que bem entender? Por que não?
Santo de casa faz milagre, sim. Sun
Tzu que o diga. Comendo pelas beiradas, ele vem ganhando a guerra para os
chineses. Só com a estratégia. Sem um disparo. Por enquanto.
2 comentários:
Muito bom texto.
Agora, em relação à China, o trabalhador chinês é muito, muito explorado como trabalhador. é meu ponto de vista.
Essa exploração é grande, sim, mas tem diminuído, Terezinha. Hoje há até greves por lá.
Postar um comentário