Livros divertem, instruem, transmitem
sabedoria, levam-nos através do tempo, do espaço e do sonho, guardam memórias, apuram o senso estético. Livros
trazem outro benefício, pouco divulgado, de suma importância. São questão de
saúde pública. Isso mesmo. Saúde pública.
Cientistas em todo o mundo comprovaram
que quem lê muito, sobretudo ficção (romances, contos, novelas, poesia), isto é, quem
exercita bastante a imaginação, tende a ter menos a doença de Alzheimer. Em
outras palavras, a leitura ajuda a evitar que a gente fique gagá. Parece que,
igual a outros órgãos, quanto mais se ativam os miolos, melhor eles agem e
reagem. Posto de outra maneira, livro é musculação para o cérebro: deixa os
neurônios saradaços. Você pode comprovar em sua família. Provavelmente seus
avós e bisavós que liam muito chegaram à velhice bem lúcidos. Velhice e lucidez
todo mundo quer. As alternativas não são nada agradáveis.
Os benefícios do livro não param por
aí. A leitura atua em regiões do cérebro, situadas no meio e na parte de
trás da cabeça, ligadas à imaginação e à visão, enquanto os filmes e a televisão
agem apenas na parte posterior, vinculada ao córtex visual. É como se a leitura
criasse um filme em nossa mente e nós, ao mesmo tempo em que criamos o filme,
também assistíssemos à sua exibição. No futebol, seria como bater o escanteio e
correr para cabecear no gol.
É assim
que a leitura funciona. Excita nossa cabeça, deixa-nos saudáveis por
mais tempo. Isso explica, ainda, porque a leitura exige um pouquinho mais de esforço.
Mas o resultado compensa. Compensa não apenas na diversão, no entretenimento,
no conhecimento adquirido. Na saúde também. Saúde pública.
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