Um bom livro não precisa, necessariamente, ser
extenso. Nem precisa ser contemporâneo. Aqui
vai um exemplo de livro antigo que merece ser lido. Aliás, é um clássico que nenhum graduado em ciências
econômicas pode ter deixado de ler. Trata-se de A Riqueza das Nações, de Adam
Smith. Publicado em 1776, é tido como um grande suporte teórico do liberalismo
econômico ou do capitalismo.
Para quem defende o liberalismo e o capitalismo ou
para quem os odeia, Adam Smith e sua mão invisível do mercado, isto é, a mão
invisível do interesse e do egoísmo, são indispensáveis para compreender o funcionamento
da economia.
No entanto, há uma outra maneira de ler a obra: é descobrindo como
o autor escocês cria sua tese e a defende, investindo seu talento nos
argumentos e na persuasão. Assim se entende como essa mão invisível do
Iluminismo ainda seduz tanta gente em pleno século 21.
Pertence à Riqueza das
Nações a célebre frase, citada em quase todos os compêndios de economia: “Não é
da benevolência do açougueiro, do cervejeiro ou do padeiro que nós podemos desfrutar
nosso jantar, mas do empenho deles em defender seus próprios interesses”.
Adam
Smith, pai do capitalismo e do laissez-faire, defendia que a competição é o
motor de uma sociedade produtiva, uma lição que nós, brasileiros, tardamos a
aprender, iludidos por atalhos que não deram certo. Se nossos economistas
tivessem de fato lido A Riqueza das Nações, talvez não amargássemos hoje uma
terrível posição na competitividade entre as nações. Isso apesar do livro estar disponível há 240 anos. Pior ainda para nós: muita gente em outros países o leram e puseram em prática suas conclusões.
3 comentários:
A prova de que tais fundamentos são sólidos estão por aí, à vista de todos. Onde foram aplicados os resultados são evidentes e relevantes. Basta olhar com olhos não vendados. Ou vendidos!
Ao Estado cabe o papel de intervir para regular, não o de competir. Tão simples! Mas, disse Gustavo Capanema - Pitanguiense ilustre -, o "simples é que complica".
O óbvio é a mais difícil das descobertas, caro Epiphânio. É custoso!
Perfeito,Giffoni. Tão clássico que no filme "O Conde de Monte Cristo"( Refilmagem), o livro é referência em uma cena que mostra a evolução do Conde pela literatura. Abraço!
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