quarta-feira, 5 de agosto de 2015

A MÃO INVISÍVEL

     Um bom livro não precisa, necessariamente, ser extenso. Nem precisa ser contemporâneo. Aqui vai um exemplo de livro antigo  que merece ser lido. Aliás, é um clássico que nenhum graduado em ciências econômicas pode ter deixado de ler. Trata-se de A Riqueza das Nações, de Adam Smith. Publicado em 1776, é tido como um grande suporte teórico do liberalismo econômico ou do capitalismo. 
         Para quem defende o liberalismo e o capitalismo ou para quem os odeia, Adam Smith e sua mão invisível do mercado, isto é, a mão invisível do interesse e do egoísmo, são indispensáveis para compreender o funcionamento da economia. 
         No entanto, há uma outra maneira de ler a obra: é descobrindo como o autor escocês cria sua tese e a defende, investindo seu talento nos argumentos e na persuasão. Assim se entende como essa mão invisível do Iluminismo ainda seduz tanta gente em pleno século 21. 
       Pertence à Riqueza das Nações a célebre frase, citada em quase todos os compêndios de economia: “Não é da benevolência do açougueiro, do cervejeiro ou do padeiro que nós podemos desfrutar nosso jantar, mas do empenho deles em defender seus próprios interesses”. 
           Adam Smith, pai do capitalismo e do laissez-faire, defendia que a competição é o motor de uma sociedade produtiva, uma lição que nós, brasileiros, tardamos a aprender, iludidos por atalhos que não deram certo. Se nossos economistas tivessem de fato lido A Riqueza das Nações, talvez não amargássemos hoje uma terrível posição na competitividade entre as nações. Isso apesar do livro estar disponível há 240 anos. Pior ainda para nós: muita gente em outros países o leram e puseram em prática suas conclusões.

3 comentários:

Epiphânio Camillo disse...

A prova de que tais fundamentos são sólidos estão por aí, à vista de todos. Onde foram aplicados os resultados são evidentes e relevantes. Basta olhar com olhos não vendados. Ou vendidos!
Ao Estado cabe o papel de intervir para regular, não o de competir. Tão simples! Mas, disse Gustavo Capanema - Pitanguiense ilustre -, o "simples é que complica".

BlogdoLuísGiffoni disse...

O óbvio é a mais difícil das descobertas, caro Epiphânio. É custoso!

Unknown disse...

Perfeito,Giffoni. Tão clássico que no filme "O Conde de Monte Cristo"( Refilmagem), o livro é referência em uma cena que mostra a evolução do Conde pela literatura. Abraço!